Economista Sérgio Martins avalia como é vantajoso para o trabalhador “emprestar” dinheiro ao governo
Quem tem carteira assinada poderá usar parte do Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço (FGTS) para aplicar em um novo fundo de investimento,
voltado à infraestrutura.
Segundo o Ministério do Trabalho, 37 milhões de trabalhadores têm
dinheiro no Fundo de Garantia, que acumula patrimônio de R$ 349 bilhões.
Mas a rentabilidade do FGTS está baixa, em torno de 3,5% ao ano, ou
seja, metade da Poupança e bem menos que a inflação prevista para 2013,
que é de 5,85%. O objetivo dessa decisão é permitir o crescimento dos
investimentos em infraestrutura e dar melhor rendimento ao FGTS.
Para o economista Sérgio Silva Martins, a medida é vantajosa para o
trabalhador que “emprestar” dinheiro ao governo. “O Brasil é um país que
carece muito de investimento em infraestrutura.
O governo está preocupado com isso e viu no FGTS, que é um dinheiro
privado, ou seja, do trabalhador, uma oportunidade. Isso já vem sendo
costurado há cinco anos”, destaca. A Caixa Econômica Federal e a
Comissão de Valores Mobiliários pretendem dar nova opção de
investimento, mais rentável ao trabalhador, já a partir do próximo ano.
Os recursos serão usados para financiar empresas do setor, através do
Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
(FI-FGTS), organizado pela Caixa.
Martins afirma que este é um fundo semelhante àquele fundo de renda
variável da Vale e da Petrobras. “Existiu nesse caso a opção de
investimento em fundos de ação, ou seja, bolsa de valores. Só que este é
um pouco diferente, por não ser fundo de ação, e sim fundo de
investimento. Organizado pela Caixa, o fundo vai dar a oportunidade de o
trabalhador, ou fundista e dono do dinheiro que está na conta do FGTS,
pegar até 30% do que ele tem e investir no FI-FGTS. E o governo está
dizendo que vai pagar uma remuneração maior do que aquela que ele recebe
no Fundo de Garantia. O risco é de as empresas quebrarem”, explica.
Portanto, o investimento vai financiar as empresas e o trabalhador será
credor dos empreendimentos em infraestrutura. Com isso, a rentabilidade
será pré-fixada e com risco praticamente nulo. Nesse caso, segundo
análise da Universidade de Brasília (UnB), o risco seria somente de
crédito, mas como são empresas sólidas e o risco bastante baixo, o fundo
terá rentabilidade maior do que atualmente.
Fonte: JM Online