sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Tem FGTS investido em ações da Petrobras? Especialista indica o que fazer.

A atual situação das companhias cria um grande dilema para os trabalhadores que transferiram parte de suas reservas acumuladas no FGTS para essas aplicações: manter ou não a aplicação nestes fundos?



SÃO PAULO – Quem aplicou o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) nos fundos da Petrobras em 2000 e da Vale em 2002, já conseguiu uma rentabilidade satisfatória, acumulada em 84,42% e 69,51%, respectivamente, até o dia 10 de agosto de 2013. No entanto a situação mostra-se bem desafiadora atualmente, com as ações das duas companhias apresentando quedas expressivas no ano e nos últimos 12 meses.
As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) já desvalorizaram 15,63% em 2013, até o fechamento do dia 20 de agosto, enquanto as preferenciais (PETR4) caíram 8,99% no mesmo período. A queda expressiva é proveniente da apreciação do dólar perante o real, que afeta diretamente a companhia, e do grande endividamento da estatal. Já em relação à Vale, as ações ordinárias (VALE3) perderam 14,10% no ano, até o mesmo dia, e os ativos preferenciais classe A (VALE5) desvalorizaram 20,98%. As quedas se devem à situação delicada da China, principal importadora da mineradora.
A atual situação das companhias cria um grande dilema para os milhares de trabalhadores que transferiram parte de suas reservas acumuladas no FGTS (limitado a 50%) para essas aplicações: manter ou não a aplicação nestes fundos? De acordo com Carlos Lima, economista-chefe da CMA, existe três opções.


As três alternativas dos investidoresA primeira alternativa é transferir o retorno dos recursos para a Carteira Comum do FGTS, porém essa opção oferece um rendimento muito baixo, de cerca de 3% ao ano. “Para ilustrar, nos últimos 37 meses essa aplicação rendeu aproximadamente 19,77%. A inflação do período ficou em 16,65%, portanto, um rendimento real pequeno”, afirmou o economista-chefe.
A segunda opção é transferir para os fundos FGTS - Carteira Livre (modalidade em que é permitida a transição do Fundo de Ações da Petrobras para o Fundo da Vale e vice-versa). Porém, há uma ressalva: o trabalhador deverá permanecer na nova aplicação pelo menos por seis meses, a não ser para retornar ao FGTS, o que pode ser feito a qualquer momento.
A terceira e última alternativa é combinar as alternativas, ou seja, transferir de um Fundo para o outro, sem retirar a exposição em renda variável. “Mesclar parte do valor no próprio FGTS (Opção 1) e parte do valor em Carteira Livre (Opção 2) gera uma exposição menor e mais interessante ao publico em geral, no entanto, gera uma menor rentabilidade quanto a recuperação do mercado”, explicou.
De acordo com Lima, a melhor opção sem dúvida é a terceira, pois a primeira não é interessante por conta da rentabilidade, muito baixa e muito inferior a outros tipos de investimento tão seguros quanto, e a segunda opção, de migrar tudo para o fundo, também não é a melhor, pois é a mesma coisa que deixar tudo exposto ao mercado de renda variável, que oferece um alto risco, principalmente neste momento, com as ações da Petrobras derrapando em meio a um cenário de alta da inflação e do dólar. “A melhor opção neste momento é fazer um mix entre as carteiras pensando no curto médio prazo, pois enquanto uma oferece segurança, apesar da baixa rentabilidade, a outra oferece um retorno maior, apesar do alto risco. É um mix interessante entre segurança e rentabilidade”, concluiu.
Fonte: InfoMoney
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