quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Ações da Petrobras caem após balanço incompleto

Investimento com FGTS perdeu 88%, mas ainda vale mais do que se ficasse parado

Rio -  A Petrobras voltou a decepcionar os acionistas nesta quarta-feira e encerrou o dia com as ações preferenciais (sem direito a voto) em queda de 11,21%, a R$ 9,03. Após dois adiamentos, a estatal finalmente divulgou o balanço do terceiro trimestre de 2014, mas não informou as perdas com as denúncias de corrupção. A falta de transparência repercutiu na depreciação dos papéis, que hoje valem tanto quanto dois quilos e meio de banana ou um quilo de carne de segunda. Trabalhadores que investiram parte dos recursos do FGTS em cotas da empresa estão receosos com o futuro da companhia, mas a orientação é não vender as ações por enquanto. 

Até carnes de segunda, como pá, peito e acém, custavam o mesmo que os papéis da Petrobras. Já cortes como chã, patinho e lagarto estavam mais caros que as ações
Dos 310 mil trabalhadores que investiram no fundo de privatização da Petrobras (FMP Petrobras), lançado em agosto de 2000, cerca de 65 mil ainda mantêm cotas, segundo o Instituto Fundo Devido ao Trabalhador
Durante esses anos, o fundo chegou a render quase 1.500%, em 2008. Hoje, está em cerca de 176%, perda de 88% do ganho. Isso significa que um trabalhador que aplicou, por exemplo, R$ 1.000, chegou a ter R$ 16 mil em 2008 e agora tem R$2.760. 
Apesar da desvalorização, os rendimentos ainda são maiores que os do Fundo de Garantia. Mário Avelino, presidente do instituto, explica que o FGTS rendeu 94,30% até o último dia 10. “Quem investiu na Petrobras ainda ganha em relação a quem deixou todo o dinheiro no fundo. Eles não tiveram perdas, só deixaram de ganhar em relação àqueles que venderam as cotas em um momento mais propício”, avalia o especialista.
Segundo ele, não vale a pena vender as ações agora. “Se o trabalhador fizer isso, o dinheiro vai para o fundo até que seja retirado, e vai render menos. Só vale a pena sacar o valor se puder retirar e estiver precisando do dinheiro para comprar um imóvel, por exemplo”, explica Avelino. 
A expectativa, de acordo com o presidente do Instituto Fundo Devido ao Trabalhador, é positiva para o futuro da empresa. “As ações estão no menor patamar, talvez, da história. Mas vão melhorar. A Petrobras é a companhia mais estratégica do país. Se quebrar, o Brasil vai à bancarrota. O efeito dominó é arrasador. O governo vai ter que interferir”, diz. 
Economista da Simplific Pavarini e professor de Economia do Ibmec-RJ, Alexandre Espírito Santo acredita ser necessária uma mudança na direção da estatal. “O mercado de capitais depende de credibilidade e confiança. É preciso fazer o que a presidenta Dilma fez com a economia, colocar um (Joaquim) Levy (ministro da Fazenda) na Petrobras. Acho que a Graça Foster é uma pessoa extremamente correta, não há indício de que ela esteja envolvida em corrupção, mas o mercado não crê mais nessa diretoria”, afirma.



Estatal teve queda de 22% nos lucros 

Principal índice da Bolsa de São Paulo, o Ibovespa fechou em queda de 1,85% a 47.694 pontos ontem, puxado pelas ações da Petrobras. Os papéis da estatal chegaram a perder quase 12% ao longo do dia e tiveram a maior baixa desde outubro, segundo a Economatica. A empresa perdeu R$ 13,9 bilhões em valor de mercado no dia, passando de R$ 128 bilhões para R$ 114 bilhões. 
O relatório divulgado na madrugada de ontem pela estatal aponta para lucro líquido de R$ 3,087 bilhões no terceiro trimestre do ano passado. O valor representa uma queda de 38% em relação ao trimestre anterior em 2014. 
Já se comparado ao terceiro trimestre de 2013, quando o lucro havia sido de R$ 3,395 bilhões, o recuo foi de 9,9%. No acumulado de janeiro a setembro, o lucro ficou em R$13,439 bilhões, baixa de 22% frente ao mesmo período de 2013. 
Em mensagem a acionistas e investidores, a presidenta da Petrobras, Maria das Graças Foster, reconhece a existência de atos ilícitos, mas afirma ser “impraticável a exata quantificação destes valores indevidamente reconhecidos, dado que os pagamentos foram efetuados por fornecedores externos e não podem ser rastreados nos registros contábeis da companhia”. 
O balanço não tem o aval da auditoria independente PwC, mas segundo a Petrobras serão avaliadas metodologias da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Securities and Exchange Comission (SEC, equivalente à CVM nos EUA), para adequar as contas.



Processos no exterior

Escritórios de advocacia do Brasil e dos Estados Unidos aguardaram ansiosos a divulgação dos resultados do balanço da empresa para incluir o documento nos processos contra a Petrobras. Os acionistas que entraram na Justiça alegam ter sido prejudicados pelas falhas na governança administrativa da estatal. 
O advogado André de Almeida, sócio da Almeida Advogados — que atuou em parceria com a Wolf Popper na primeira ação coletiva (class action) nos Estados Unidos —, afirma que a falta de transparência gera insegurança em quem investiu recursos na empresa. “Na class action que os acionistas da Petrobras movem perante o Poder Judiciário dos EUA se discute que as perdas de valor das ações (ADRs) negociadas na bolsa de Nova York foram das duas uma: ou foram infladas a partir de resultados e projeções econômicas fictícias ou deterioradas a partir dos diversos atos de má governança corporativa da empresa”, argumentou o advogado. 
Ainda de acordo com Almeida, o fato de os próprios gestores da estatal não terem conhecimento do tamanho do rombo econômico que os negócios superfaturados causaram ou não saberem se existem outras perdas não relevadas “acaba por abalar ainda mais a já deteriorada imagem da mais admirada companhia nacional”.


Fonte: O Dia 

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Escândalos da Petrobras prejudicam quem usou FGTS para investir na companhia

Fundos mútuos de privatização da Petrobras já perderam quase 80% dos cotistas. Quando o governo vendeu as ações da petrolífera, 310 mil pessoas aplicaram até 50% do que tinham no FGTS nesses fundos.

SÃO PAULO - Desde que foram criados em agosto de 2000, os fundos mútuos de privatização da Petrobras já perderam quase 80% dos cotistas que colocaram parte de seus recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) nessas aplicações. Quando o governo vendeu as ações da petrolífera, 310 mil pessoas aplicaram até 50% do que tinham no FGTS nesses fundos. Em janeiro deste ano, eram apenas 65,5 mil cotistas, com recursos distribuídos em 42 fundos deste tipo, e um patrimônio de R$ 1,17 bilhão. A indústria de fundos de investimento tem atualmente R$ 2,3 trilhões em recursos aplicados e o patrimônio dos cotistas dos fundos FGTS/Petrobras representa apenas 0,04% dessa indústria.

Os números são Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e do Instituto Fundo Devido ao Trabalhador. O presidente do Instituto Fundo Devido ao Trabalhador, Mario Avelino, afirma que o patrimônio desses fundos vem encolhendo ao longo dos anos porque muita gente sacou o dinheiro para comprar a casa própria, aproveitando o retorno de mais de 1.000% que eles chegaram a oferecer, e também pela perda de valor das ações, especialmente no último ano, depois das denúncias de escândalos envolvendo a estatal. Em 2008, por exemplo, quando a rentabilidade dessas aplicações chegou a 1.346,31%, em maio, o maior retorno obtido até hoje, quase 8 mil pessoas sacaram seus recursos.

Foto: Reprodução G1 - 22/01/2014
- Quem deixou o recurso no FGTS, neste período, perdeu dinheiro - diz Avelino.
No ano passado, com a perda de valor de 37% dos papéis da Petrobras e uma rentabilidade negativa de 38,6% destes fundos, 3,8 mil pessoas sacaram seus recursos destas aplicações. Foi menos do que em 2013 e 2012, quando 4,6 mil e 5,8 mil pessoas sacaram seus recursos, respectivamente. De acordo com analistas, quem optar por retirar o dinheiro dos fundos neste momento de baixa dos papéis da Petrobras vai 'realizar o prejuízo', como se diz no jargão do mercado financeiro.

- O dinheiro sacado volta para a conta do FGTS, se não for usado para compra do imóvel, e rende 3% ao ano mais taxa referencial (TR). É até menos do que a poupança - diz Avelino.

Nestes quase 15 anos, os fundos FGTS Petrobras tiveram uma rentabilidade de 178,73%, segundo um levantamento da consultoria Economárica, com base em números da Anbima. É um ganho real de 12,63% sobre o IPCA registrado no período, que foi de mais de 144%. Ou seja, quem aplicou R$ 1 mil num fundo FGTS Petrobras na época de sua criação tem hoje R$ 2.787,30. No mesmo período, se o dinheiro tivesse ficado aplicado na conta do FGTS, teria rendido 94,30% e os mesmos R$ 1 mil valeriam R$ 1.942,98. Nos mesmos 15 anos, as ações da Petrobras tiveram uma valorização de 107,77%

Mario Avelino lembra que houve dois desdobramentos nas ações da Petrobras, durante este período. Portanto, cada ação comprada em 2000, hoje equivale a oito. Ele lembra que houve desconto de 20% na compra dos papéis para quem usou recursos do FGTS na aplicação, o que melhorou o retorno. Além disso, a incorporação pelos fundos dos juros sobre capital próprio e dos dividendos, explicam, a diferença de rendimentos entre os fundos e as ações da Petrobras.


Segundo os números obtidos pela Economática na Anbima, o maior patrimônio alcançado por esses fundos foi de R$ 11,4 bilhões, dividido entre 104,5 mil cotistas, em maio de 2008. De lá, até agora, esse valor se reduziu 89,73%. Naquele mês, o patrimônio por investidor era de R$ 109,1 mil, e caiu para R$ 17,9 mil por cotista neste mês de janeiro.

Para o estrategista e sócio da Queluz Asset Management, Maurício Pedrosa, a decisão de manter ou não os recursos nos fundos FGTS Petrobras, atualmente, depende do risco que o investidor está disposto a correr. Para ele, nada impede que o valor das ações da petrolífera (hoje na casa dos dos R$ 8) caia até R$ 5, dependendo de como se desenrolarem as investigações da Operação Lava Jato, que apura desvios de recursos da estatal. Mas uma troca de diretoria, com um nome bem cotado pelo mercado para dirigir a petrolífera, e a possibilidade de a empresa voltar a fixar os preços de combustíveis, pode reverter o quadro de pessimismo dos investidores com os papéis da companhia.

- Cada investidor deve avaliar o risco que está disposto a correr neste momento. Nada impede que a ação recue mais, mas uma maré de notícias boas pode reverter essa onda de pessimismo do mercado. É preciso ter em mente que o recurso sacado do fundo, se não for usado para a compra de um imóvel, terá uma rentabilidade bem abaixo da média do mercado - diz Pedrosa.




Fonte: globo.com | G1 

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Aumento dos juros imobiliários não afeta habitações financiadas com recursos do FGTS

A Caixa Econômica Federal informou nesta quinta-feira (15) que vai subir as taxas de juros do financiamento imobiliário a partir do dia 19 deste mês. Pela manhã, o banco havia informado, por meio da assessoria de imprensa, que estudava a correção dos juros.
A alta valerá para os financiamentos tomados a partir do dia 19 de janeiro.

A Caixa informa que as taxas de juros dos financiamentos habitacionais contratados com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida e do FGTS não sofrerão qualquer correção em suas taxas de juros.



A taxa para habitações financiadas com FGTS permanece em 9,15%
A partir do dia 19, serão corrigidas as taxas de juros das operações para financiamento de imóveis residenciais contratadas com recursos da poupança (SBPE). De acordo com a Caixa, a mudança vai afetar quem tem renda acima de R$ 5,4 mil, que não utiliza os financiamentos habitacionais contratados com recursos do FGTS. Atualmente, há uma série de condições para obter financiamento da casa própria com recursos do FGTS, entre elas estão renda de até R$ 5,4 mil e não possuir imóvel no mesmo nome nem no mesmo município.
A taxa de juros cobrada pelo Sistema de Financiamento Habitacional (SFH), que financia imóveis de até R$ 750 mil com recursos tanto do FGTS como da poupança, permanece em 9,15% para quem não é cliente do banco e sofre alteração para quem é cliente, incluindo servidores públicos.
O dinheiro do FGTS usado no financiamento que não sofrerá aumento da taxa não é o do trabalhador que está tendo seu imóvel financiado, mas vem do montante global depositado no banco. Já os financiamentos que são feitos com recursos da poupança sofrerão aumento nas taxas de juros. Nesse caso, o dinheiro utilizado no financiamento também não vem da conta do trabalhador, mas das poupanças que fazem parte do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE).
Os juros da Caixa para habitação costumam ser os menores no mercado e servem como referência para os demais bancos.
Fonte e matéria completa: G1


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

FGTS teve perdas acima de R$ 35 bilhões em 2014 por rendimentos não serem calculados pela inflação

Hoje, dia 15 de janeiro de 2015, foi publicada uma matéria a cerca das perdas no FGTS devido aos expurgos da TR. Confira uma parte da matéria publicada no Jornal Extra:


"Os cerca de 40 milhões de trabalhadores que têm conta do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) estão amargando perdas bilionárias com o uso da Taxa Referencial (TR), em vez do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), para corrigir os saldos. Segundo cálculos do Instituto Fundo Devido ao Trabalhador, no ano passado, pouco mais de R$ 35 bilhões deixaram de ser repassados para o FGTS. De agosto de 1999, quando foi feita a mudança no cálculo da correção, até janeiro deste ano, essa diferença ultrapassou os R$ 229 bilhões.— A tendência é que a perda seja ainda maior em 2015. A TR de janeiro deste ano (0,0878%) já foi menor do que a do mesmo mês de 2014 (0,1126%). Deveremos fechar 2015 com uma perda na casa dos R$ 40 bilhões — estima o presidente do Instituto Fundo Devido ao Trabalhador, Mario Avelino.Além da TR, os saldos das contas do FGTS são reajustados com juros de 3% ao ano. Esse percentual também era usado quando o INPC entrava no cálculo da correção. Como a TR é sempre menor do que o INPC, a atualização passou a ser inferior.
Perda já ultrapassou R$ 229 bilhões desde 1999.

Ações judiciais à espera de uma decisãoAinda de acordo com Mario Avelino, há cerca de 80 mil ações judiciais pedindo a reposição das perdas causadas pelo uso da TR para corrigir o FGTS, mas elas estão paradas aguardando uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o tema. Essa sentença vai servir como base para os casos semelhantes que estão em todas as instâncias do Poder Judiciário:— As ações podem estar paradas, mas quem não ingressou ainda pode ingressar. Quanto mais ações, mais rápido será o julgamento do STJ.

Para essas ações, não há a restrição de recebimento dos valores dos últimos cinco anos. A regra vale apenas para a cobrança, na Justiça, de depósitos do FGTS não efetuados pelo empregador, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de novembro do ano passado."

Tabela demonstrativa do prejuízo acumulado devido aos expurgos da TR


Fonte: Jornal Extra. Matéria disponível em http://oglobo.globo.com/economia/fgts-teve-perdas-acima-de-35-bilhoes-em-2014-por-rendimentos-nao-serem-calculados-pela-inflacao-15055468.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Trabalhadores desistem de ações da Petrobras compradas com o FGTS

Mais da metade dos trabalhadores que aplicaram seus saldos do Fundo de Garantia do Tempos de Serviço (FGTS) diretamente em ações da Petrobras ao longo dos últimos 10 anos desistiram do investimento e venderam as cotas. Segundo levantamento da consultoria Economática, em janeiro de 2005, eram 142,5 mil cotistas, com patrimônio de R$ 3,46 bilhões. Hoje, esse público reduziu a 65,5 mil, com um valor aplicado de R$ 1,17 bilhão. O levantamento mostrou que o maior montante alcançado no período estudado foi atingido em maio de 2008, com R$ 11,4 bilhões, divido em 104,5 mil titulares.

Apenas no ano passado, 3.802 cotistas resgataram os seus recursos dos fundos FGTS Petrobras. Em dezembro de 2013, eram 69.360, contra 65.556 no último dia do ano passado. No chamado FGTS Petro, a média de patrimônio por investidor em maio de 2008 era de R$ 109,1 mil, despencando para R$ 17,9 mil neste mês. Segundo a Economática, os saques ocorreram devido à acentuada queda dos papeis da estatal e ao desejo de muitos em usar as aplicações na compra de imóveis, sobretudo em 2008, quando as ações ainda estavam valorizadas.

A análise da consultoria é baseada em dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Os chamados Fundos Mútuos de Privatização (FMPs) foram lançados no começo dos anos 2000. Trabalhadores que tinham recursos no FGTS poderiam destinar até metade do saldo aos FMPs, que podem ser baseados em ações da Petrobras ou da Vale.

Fonte: Diário de Pernambuco 


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

FGTS tem orçamento recorde para investir em 2015

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) destinará, em 2015, o maior volume de financiamentos de sua história para obras de habitação, saneamento básico e infraestrutura. O orçamento anual de R$ 76,9 bilhões, aprovado pelo Conselho Curador do FGTS, será 6% maior do que o executado ao longo deste ano. Até 2018, o ciclo de investimentos deve somar R$ 300 bilhões, garantindo crédito de longo prazo para setores considerados cruciais ao desenvolvimento econômico do País.
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