terça-feira, 1 de abril de 2014

FGTS pela inflação vai encarecer o crédito

Financiamentos imobiliários com a linha de crédito que usa recursos do FGTS podem ficar mais caros se a correção deixar de ser pela TR (Taxa Referencial). Isso porque um pedido para que o fundo seja corrigido pela inflação chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin). 

A explicação para a medida é que a TR tem perdido para a inflação desde 1999, o que leva a uma defasagem do poder de compra do dinheiro que o trabalhador tem na conta do FGTS. Afinal, ele pode ser sacado para compra da casa, quando se aposenta, em caso de demissão ou doenças graves.

Mas a alta no financiamento divide opiniões. Mário Avelino, presidente do Instituto FGTS Fácil, mostra como o trabalhador vem perdendo com o uso da TR corrigindo o saldo da conta vinculada. Segundo ele, a pessoa que tinha em julho de 1999 um saldo de R$ 10 mil, por exemplo, a uma taxa de juros anuais de 3%, a situação em março de 2004 seria: R$ 40.258,65 (saldo com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e R$ 20.031,82 (saldo oficial com base na TR). "A diferença acumulada de R$20.226,83, equivalente a "Quem paga uma prestação de R$ 1 mil, corrigida pela TR, chega a um valor de R$ 1.082,10" 100,97%", explica Avelino.

Ele concorda que a prestação da casa pode ficar mais cara, mas defende que haverá correção no saldo do FGTS do trabalhador. "Quem paga uma prestação de R$ 1 mil, corrigida pela TR, chega a um valor de R$ 1.082,10. Se esta mesma prestação for corrigida pelo INPC, ela será de R$ 1.140", explica. Ou seja, um aumento de R$ 57,90 por mês.

Para Rubem Vasconcelos, presidente da Patrimóvel, o indexador TR deveria permanecer. "Com a inflação controlada, o índice TR deve ser mantido. Já é um regulador histórico do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e não "Com a inflação controlada, o índice TR deve ser mantido. Já é um regulador histórico do SFH." influencia o mercado negativamente. Já foi um monstro na época em que tínhamos inflação alta, mas hoje, com a estabilidade da economia, está sob controle", diz Vasconcelos. Vale lembrar que o SFH utiliza recursos da caderneta de poupança e do FGTS.

Segundo Acácio Gomes, gerente-geral da Estrutura Consultoria, a troca de índice pode tornar o crédito mais caro. "Hoje o recurso para geração destes financiamentos é muito barato e, por isso, a Caixa Econômica consegue praticar taxas de juros mais reduzidas. Com a mudança do indexador, o aumento será inevitável", afirma Gomes.

Fonte: ADEMIRJ
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