terça-feira, 26 de novembro de 2013

FGTS vai financiar setor de infraestrutura

Economista Sérgio Martins avalia como é vantajoso para o trabalhador “emprestar” dinheiro ao governo

Quem tem carteira assinada poderá usar parte do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para aplicar em um novo fundo de investimento, voltado à infraestrutura.

Segundo o Ministério do Trabalho, 37 milhões de trabalhadores têm dinheiro no Fundo de Garantia, que acumula patrimônio de R$ 349 bilhões. Mas a rentabilidade do FGTS está baixa, em torno de 3,5% ao ano, ou seja, metade da Poupança e bem menos que a inflação prevista para 2013, que é de 5,85%. O objetivo dessa decisão é permitir o crescimento dos investimentos em infraestrutura e dar melhor rendimento ao FGTS.


Para o economista Sérgio Silva Martins, a medida é vantajosa para o trabalhador que “emprestar” dinheiro ao governo. “O Brasil é um país que carece muito de investimento em infraestrutura.

O governo está preocupado com isso e viu no FGTS, que é um dinheiro privado, ou seja, do trabalhador, uma oportunidade. Isso já vem sendo costurado há cinco anos”, destaca. A Caixa Econômica Federal e a Comissão de Valores Mobiliários pretendem dar nova opção de investimento, mais rentável ao trabalhador, já a partir do próximo ano.

Os recursos serão usados para financiar empresas do setor, através do Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS), organizado pela Caixa.

Martins afirma que este é um fundo semelhante àquele fundo de renda variável da Vale e da Petrobras. “Existiu nesse caso a opção de investimento em fundos de ação, ou seja, bolsa de valores. Só que este é um pouco diferente, por não ser fundo de ação, e sim fundo de investimento. Organizado pela Caixa, o fundo vai dar a oportunidade de o trabalhador, ou fundista e dono do dinheiro que está na conta do FGTS, pegar até 30% do que ele tem e investir no FI-FGTS. E o governo está dizendo que vai pagar uma remuneração maior do que aquela que ele recebe no Fundo de Garantia. O risco é de as empresas quebrarem”, explica.

Portanto, o investimento vai financiar as empresas e o trabalhador será credor dos empreendimentos em infraestrutura. Com isso, a rentabilidade será pré-fixada e com risco praticamente nulo. Nesse caso, segundo análise da Universidade de Brasília (UnB), o risco seria somente de crédito, mas como são empresas sólidas e o risco bastante baixo, o fundo terá rentabilidade maior do que atualmente.  


Fonte: JM Online
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